Conexão: Pulp Fiction, The Beach Boys, Elvis Presley e Bob Dylan

“PULP FICTION”

O clássico filme de Quentin Tarantino é de 1994, porém pouco mais de vinte anos depois – em 2015 – ele renasceu das cinzas e se tornou um dos filmes mais pesquisados no Google do ano. Tudo culpa do John Travolta e a viralização de um dos melhores memes do ano: o “Travolta confuso”.

Se você não veio de Saturno e chegou à Terra ontem, você já sabe que a imagem do ator com cara de perdido é dessa cena aqui de Pulp Fiction, filme que tem atuação brilhante de Uma Thurman, Samuel L. Jackson, e o próprio Travolta, que não é tão assunto assim do mundo desde os tempos da brilhantina.

E o que Pulp Fiction tem a ver com música?

Para quem conhece um pouco de Tarantino, sabe que sua relação com a trilha sonora de cada filme é íntima e indissociável. Para o diretor, esta é uma das partes mais importantes da composição da película. E em Pulp Fiction não poderia ser diferente. Músicas incríveis marcam a história, do começo ao fim. Logo na abertura já vem minha favorita: “Misirlou”, um clássico.

Essa é uma canção tradicional da Grécia Antiga (!), gravada a primeira vez em 1927 por Tetos Demetriades. O cover escolhido para Pulp Fiction foi do pai do surf rock, Dick Dale, em 1962. E uma das versões mais aclamadas veio em 1963, por cinco californianos que estavam ainda em início de carreira:

THE BEACH BOYS

A versão esperta de “Misirlou” tocada pelos Beach Boys poderia muito bem abrir o filme de Tarantino, mas se não teve essa honra, ao menos ajudou os caras a alcançarem popularidade dentro do cenário musical da época, que tinha praticamente ignorado o lançamento de seu primeiro álbum de 1962.

The Beach Boys se tornou gigante anos depois, principalmente após lançarem “Pet Sounds” (1966), e obviamente conseguiram entrar na trilha de outros filmes. O principal deles foi à estreia muito bem sucedida de George Lucas no mundo cinematográfico: em “American Graffiti” (1973), os Beach Boys foram o destaque da trilha sonora, com três músicas tocadas durante o filme.

Mas a história aqui é boa: Assim como não foram escolhidos em Pulp Fiction na década de 90, a opção de George Lucas também era outra. Sendo sua primeira produção, faltou dinheiro ao diretor para fazer a trilha que gostaria, e quem deu sorte com isso foram os Beach Boys, pois se Lucas fosse rico à época a trilha seria de:

ELVIS PRESLEY

Chamar Presley de “rei do rock” não é exagero algum. De todas as monarquias do mundo, a propósito, essa talvez seja a menos contestável. Não tivemos a honra de viver o fenômeno Elvis Presley, porém se o impacto do cantor mesmo após 38 anos de sua morte ainda é gigantesco, imaginem àquela época.

É óbvio que George Lucas gostaria de usar Elvis Presley em seu filme. Tirar uma casquinha do sucesso lendário do cantor. Elvis é o único nome da história que bate de frente com os Beatles no número de vendas de discos: São aproximadamente 600 milhões de cópias vendidas para cada lado. E olha que o Elvis está sozinho contra quatro nessa história, hein?

Ainda sobre o impacto de Elvis: quando este faleceu, conseguiu calar a voz de outro gênio da música americano, também considerado um dos maiores de todos os tempos:

BOB DYLAN

Uma semana. Este foi o tempo que Bob Dylan ficou sem falar com ninguém após a morte de Elvis Presley, digerindo a perda e a falta que o cantor faria para o mundo.

Diz a lenda que Dylan apenas abriu a boca para discutir com uma amiga, que teria dito não gostar muito de Elvis. O cantor folk justificou suas atitudes em entrevista dizendo que se não fosse Elvis Presley ele jamais teria se tornado músico também.

Ou seja, se não tivéssemos Elvis, não teríamos Dylan. E isso significaria que não teríamos álbuns históricos, como “Highway 61 Revisited” (1965), “Blonde On Blonde” (1966) e “Blood on the Tracks” (1975), este último – inclusive – sendo o álbum favorito da vida de um dos mais talentosos cineastas contemporâneos: Quentin Tarantino, diretor de:

“PULP FICTION”

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