Cover Dose #7: Radiohead

Este ano na música foi especial para o Radiohead. Com o nono álbum de estúdio lançado em maio desse ano – “A Moon Shaped Pool” –, a banda de Thom Yorke reconquistou todos os holofotes merecidos no cenário musical, fazendo um barulho que há muito não faziam.

Antes de a poeira baixar, vamos aproveitar o momento para falar um pouquinho mais da nossa banda deprê favorita. Ou melhor, vamos deixar “os outros” falarem um pouquinho do Radiohead.

Este é o Cover Dose da banda, com algumas versões maravilhosas de suas canções.

Regina Spektor – “No Surprises”

Dizer que Regina Spektor faz mágica diante de um teclado não é nenhuma novidade. Imagine então a cantora russa usando seu talento em cima da provável canção do Radiohead que melhor valoriza o som do piano.

Melhor do que imaginar é dar um play acima e ouvir essa delicinha. Impossível não se apaixonar.

Prince – “Creep”

O cantor Prince nos deixou em abril desse ano e é possível entender o motivo de tanta comoção em cima de sua partida. Com músicas e performances brilhantes, sua carreira foi recheada de momentos especiais e tenho certeza que o Radiohead se orgulha de ter feito parte de um deles.

No Coachella em 2008 Prince fez esse cover de “Creep”. No entanto, vejo a apresentação como algo que vai além de um cover. Prince transformou o primeiro hit da carreira do Radiohead em um épico de mais de oito minutos, com letras improvisadas, solos de guitarras absurdos e refrões gritados que arrepiam qualquer um. Indescritível.

Amanda Palmer – “High and Dry”

Em outro Cover Dose já tivemos a oportunidade de citar esse magnífico trabalho de Amanda Palmer. Em 2011 a cantora/performer/escritora/etc lançou um álbum tributo ao Radiohead com covers feitos no ukelele (chamado de “o ukelele mágico de Amanda Palmer” na capa do cd).

Mesmo sendo um repeteco aqui no blog, seria impossível deixá-la de fora nesse post, já que todas as músicas escolhidas por ela são incríveis e merecem ser ouvidas. A que escolhi dessa vez foi “High and Dry”, por toda a delicadeza e emoção contida na versão.

The Flaming Lips – “Knives Out”

A única banda escolhida hoje foi o The Flaming Lips. E ouvir os covers feitos por esses caras é uma loucura.

De vez em quando eles levam as canções para o lado psicodélico deles, às vezes criam uma versão lenta de uma música agitada e, no geral, bagunçam o que é calmo.

Dessa vez parece que o cantor Wayne Coyne e sua banda entenderam perfeitamente o espírito do Radiohead, criando um cover introspectivo e intenso, que se camuflaria perfeitamente na discografia da banda original.

E não há melhor maneira de fechar um post de Radiohead ouvindo uma música que quase nos faz chorar no cantinho do quarto, não é mesmo?

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Recomendo: Ex Hex

“If you listen close you might hear the sound
Well, i would never let you down”

É assim que começa a música “Don’t Wanna Lose” da banda Ex Hex. Comandada por Mary Timony, guitarrista sensacional que passou por bandas como Autoclave, Helium e Wild Flag. O trio começou sua carreira em 2013, em Washington D.C., capital dos Estados Unidos, e em 2014 lançou o seu primeiro LP, “Rips”. E quando Mary Timony fala que não vai te decepcionar, ela não te decepciona.

Ex Hex cont

Com uma formação básica, guitarra (Mary), baixo (Betsy Wright) e bateria (Laura Harris), Ex Hex é uma banda de rock de garagem, daquelas que você poderia facilmente encontrar fazendo um show no porão, se não fosse a experiência de Mary Timony, que abre as portas de qualquer casa de show administrada de maneira séria.

A banda tem apenas um disco ainda, mas está bem ativa nos shows, deixando os fãs com vontade de mais músicas novas. Uma das primeiras turnês da banda foi com Speedy Ortiz. Com influências claras do punk, Ex Hex não é aquela paulada rápida e direta. As músicas são trabalhadas, cheias de riffs e mini solos de guitarra, e um jeitão que dá o rótulo de indie rock.

É a pedida certa para a categoria Recomendo de hoje. Vamos conhecer algumas músicas?

Don’t Wanna Lose

A música que abre o álbum “Rips” e este texto não poderia deixar de entrar na lista. Com um clipe divertido, mostrando a banda de uma forma super glamourosa, aparecendo em capas de revistas, desfilando e explorando a imagem das integrantes da banda, fazem uma crítica e piada com padrões de beleza e sensualização na música.

Waterfall

“Waterfall” tem um dos clipes mais divertidos que eu vi. É uma música que pede um vídeo animado mesmo. Os riffs e pequenos solos de guitarra são ótimos e comprovam o que falei sobre a experiência de Mary (quem lembra a participação dela em Wild Flag?).

Radio On

Além de amar bandas compostas por mulheres, eu amo quando elas revezam no vocal. Também amo músicas sobre rádios, músicas e estar em palco. Quando escuto “Radio On” tenho vontade de pegar a estrada e correr muito, com todas as janelas do carro abertas para entrar um vento e, com ele, uma sensação de leveza e liberdade.

Hot and Cold

Não é um cover da Katy Perry. Com uma guerra de comida digna de novela das seis, Ex Hex fala sobre indecisão (?), imaturidade (?), relacionamentos instáveis (?). Realmente não dá para cravar um significado, principalmente porque quase todas as letras da banda são bastante vagas e difíceis de interpretar.

Se você também gosta de programas que levam pessoas da música para lojas de disco, assista a esse abaixo. Eu nunca conheço os discos que eles escolhem ou as bandas sobre as quais falam, mas sempre paro para ver e rever as escolhas musicais de artistas que eu gosto. E esta loja é maravilhosa demais!

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Conexão: Stranger Things, David Bowie, Oasis e The Clash

“STRANGER THINGS”

Stranger Things Winona Ryder

Quando todos pensavam que o amor pela Netflix não poderia mais crescer, eis que ela surge com “Stranger Things”, série que em menos de dez dias conquistou o mundo com seu enredo à la Sessão da Tarde dos anos 90, com crianças protagonistas, mistérios sobrenaturais, referências à clássicos oitentistas a cada diálogo e, claro, muita música boa.

Não é segredo nenhum que canções antigas cativam o público nas obras atuais (vide o sucesso da trilha de “Guardiões da Galáxia”), por isso em “Stranger Things” elas são essenciais para cooperar com todo o charme visual esbanjado pela história que se passa em 1983.

A trilha contém Joy Division, New Order, Television, Smiths, Toto e muitas outras preciosidades que embalam momentos marcantes. Um deles, meu favorito nesse quesito, é no término do terceiro episódio, quando um momento tenso (sem spoilers aqui) é exibido sob o som de Peter Gabriel e sua versão de “Heroes”. A música é um cover denso e sentimental de um dos maiores ícones da música, o inesquecível:

DAVID BOWIE

David Bowie

Heroes” é uma música sobre pessoas que superam desafios para ficarem juntos. Há quem entenda que é a história de um casal separado pelo muro de Berlin durante a Guerra Fria, com a triunfante imagem descrita em um verso dos dois se beijando sobre o muro, heróis por um dia.

Sendo menos literal, podemos ver a metáfora dessa superação, de pessoas que fariam de tudo para estar próximo de alguém que a vida separou de alguma forma. Para quem viu “Stranger Things”, deu pra entender aqui a relação íntima entre essa canção e a série?

E não apenas Peter Gabriel deu sua voz à canção de David Bowie. Ela é a segunda música de Bowie com maior quantidade de covers (atrás apenas de “Rebel Rebel”). Uma das versões mais cirúrgicas vem de outra banda britânica muito famosa:

OASIS

Oasis

Desde a Beatlemania a Inglaterra não sabia o que era estar longe dos holofotes musicais, sempre revelando as bandas e cantores do momento, como o próprio Bowie. É curioso pensar que, no início dos anos 90, os britânicos temiam estar perdendo esse posto para os Estados Unidos, que naquele momento possuíam todo o foco para si com o lendário Nirvana.

Foi nesse cenário que os ingleses apostaram todas as suas fichas nos irmãos Gallagher e sua banda Oasis. Eles podiam (e de certa forma, conseguiram) trazer os ouvidos do mundo de volta para seu país. Mas pensa que o Oasis estava ligando para rivalidade com Nirvana? Para os Gallagher a disputa era regional mesmo: a rivalidade com os também britânicos do Blur foi a que moveu a mídia da época, tornando-se uma das rixas musicais mais conhecidas até hoje.

Curiosamente ano passado, mais de vinte anos depois, os líderes de cada banda (Noel Gallagher e Damon Albarn) fizeram as pazes em uma festa de aniversário de outro músico famoso inglês. Eles cantaram canções juntos, incluindo uma da banda desse músico. O aniversariante era Paul Simonon, músico da histórica banda punk:

THE CLASH

The Clash

Engraçado imaginar pessoas fazendo as pazes ao som de The Clash, uma banda que sempre representou o espírito punk de rebeldia e combatividade. Mas a música está aí, para transcender os estereótipos e se tornar trilha dos momentos mais surpreendentes.

Se o assunto é The Clash então, a lista de canções que ficaram marcadas no tempo (mesmo na curta existência da banda) é vasta. Destaco, como exemplos, a dançante “Rock the Casbah”, a nostálgica “London Calling”, a enérgica “I Fought the Law” e, obviamente, a incrível “Should I Stay or Should I Go”. Esta música, inclusive, foi muito cantada nesses últimos dias por ter sido a canção principal da trilha de uma série televisiva que em poucos dias se tornou sucesso mundial:

“STRANGER THINGS”

Stranger Things Jonathan

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